segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

NAS CASAS ABANDONADAS




Nas casas abandonadas, as silvas
vão tecendo as rédeas do tempo.
A terra inquieta fende o cimento
afagado, desfaz a cal das paredes,
contamina alvenarias.
Um declínio de pássaros na poeira
da tarde, desfoca as mãos
dos que morreram com as árvores.


Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005

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